© 2015 - Acervo Pessoal / Marcelo Barroso |
Dando continuidade à serie Especial Miniaturas, sobre a coleção Lendas Brasileiras do Automobilismo, desta vez escrevo sobre o Lotus 99T, da temporada de 1987. Este foi o primeiro modelo da equipe inglesa a usar a suspensão ativa, projeto que teve início em 1983, com o Lotus 92.
Com a ajuda de um controle eletrônico, o sistema corrigia as imperfeições da pista com mais eficiência e dava mais estabilidade e desempenho ao carro. Foi também o primeiro a usar motores Honda V6 turbo, que entregavam entre 750 e 870 cavalos de potência nas corridas, e mais de 990 nos treinos. Vale lembrar que, naquela época, era comum ter um motor preparado para cada situação.
Mais uma vez, o projeto ficou a cargo de Gérard Ducarouge (1941 - 2015). Assim como o fundador da equipe, o lendário Colin Chapman (1928-1982), Ducarouge tinha um pé na engenharia aeronáutica e dominava bem as técnicas de construção de veículos aerodinâmicos. Mas suas inovações tiveram um custo: a suspensão ativa aumentou em cerca de 25 kg o peso do carro, fazendo o motor perder potência final. Mesmo assim, graças à boa aerodinâmica, nas retas o Lotus 99T era o carro mais veloz do grid.
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Em 1987, a disputa pelo título ficou polarizada entre os dois pilotos da Williams, Nigel Mansell e Nelson Piquet, com o brasileiro sagrando-se o campeão. Ambos tinham o melhor equipamento para a disputa, o FW-11B, também usando o motor Honda V6 turbo. Tanto Senna, na Lotus, quanto Alain Prost, na McLaren, não conseguiram somar pontos suficientes para entrar na disputa direta do campeonato. O McLaren/TAG-Porsche, mesmo somando três vitórias, já dava sinais de cansaço e o Lotus 99T de Ayrton conseguiu vencer apenas duas vezes. As Ferrari, também somando duas vitórias, não representavam uma ameaça.
Nas pistas, Senna teve uma vida difícil no comando do Lotus 99T. Logo na abertura da temporada, em Jacarepaguá, ficou pelo caminho, com problemas no motor. Depois, teve um acidente com Mansell na Bélgica, uma rodada no México e a desclassificação na Austrália, causada pelo uso de freios irregulares. Mas nem tudo foi perdido. Naquele ano, Senna consquistou duas vitórias, ambas em circuitos de rua: Mônaco e Detroit.
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Esta foi também a primeira de suas seis vitórias em Mônaco e a primeira de um carro com suspensão ativa, além de ter resultado em mais uma dobradinha brasileira, tendo Piquet em segundo lugar, com direito a banho de champanhe na Familia Real.
Nos Estados Unidos, novamente largando em segundo, Senna ficou atrás de Mansell até a volta 33. Quando o piloto inglês se dirigiu aos boxes para a troca de pneus, Senna assumiu a ponta e lá ficou até o final, tendo a ajuda da equipe na estratégia de não trocar os pneus.
O binômio homem-máquina chegou ao final do campeonato garantindo para a Lotus e para Senna a terceira posição no campeonato de construtores e de pilotos, respectivamente. Foi uma boa preparação para o que o esperava em 1988: a manutenção da parceria com a Honda e seus motores, desta vez na McLaren, a bordo do fantástico MP4-4, que inaugurou esta série.
em Monza nessa Lotus , Senna quase surpreende e vence sem troca de pneus, pena que um erro fez com que ele perdesse a ponta, naquele ano a Lotus fez uma boa aposta na suspensão ativa , pena não terem desenvolvido melhor e acabaram abandonando precocemente a ideia
ResponderExcluirVerdade Mário...tanto que o modelo 100T que o Piquet pilotou no ano seguinte nada mais era do que uma atualização do 99T com a mesma suspensão ativa e apenas uma mudança no bico e asa dianteira, além do novo Honda V6 Turdo idêntico ao fornecido a Mclaren...e contavam com o mesmo apoio técnico e engenheiros da fábrica japonesa.
ResponderExcluirMuito bom, Marcelo! Vocês estão dando um show com essas histórias. Eu fico lendo e lembrando os acontecimentos que eu sempre acompanhei. Parabéns!
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