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Ayrton Senna em seu primeiro momento de destaque na Fórmula 1 |
O GP de Mônaco era a sexta etapa do campeonato e o piloto brasileiro somava, até ali, apenas dois pontos, resultantes de um sexto lugar na África do Sul, cujo esforço resultou em um esgotamento físico logo após o término da prova, e outro na Bélgica, o que era excelente para um estreante.
Já Nélson Piquet, sofrendo com a fragilidade do motor BMW de sua Brabham, não tinha a mesma sorte e levava para Monte Carlo a esperança de acabar com a série de cinco abandonos consecutivos naquele ano.
Confusão na largada
Mesmo com a forte chuva que caía sobre o Principado, causando um atraso de 45 minutos, a largada foi autorizada. Na primeira volta, mantendo a tradição, um acidente na curva Saint Devote tirou de cena a dupla da Renault, Patrick Tambay e Derek Warwick, com prejuízo ainda maior para Tambay, que encerrou o fim de semana com uma fratura na perna.
Ao final da primeira volta, Senna, largando em 13º, já ocupava a nona posição, logo atrás de Jacques Laffite, da Williams. Para Senna, era nítido que, apesar da desvantagem de seu motor Hart em relação aos turbos das outras equipes, a baixa velocidade dos carros representaria uma enorme vantagem na pista molhada.
E foi exatamente o que aconteceu. Enquanto Nigel Mansell lutava para tirar a liderança de Alain Prost, Senna ia ganhando posições a cada duas ou três voltas.
Com o abandono de Mansell na 15ª volta, Senna pulou para a terceira posição. Mas isso não bastava para o piloto brasileiro, que demonstrava um ritmo e um talento impressionante. Outro destaque era o alemão Stefan Bellof, da Tyrrell, fazendo milagre com um motor aspirado. A essa altura, Piquet já havia abandonado a prova com um problema elétrico.
Festival de ultrapassagens
Bellof largara em último, na 20ª posição (nessa época, apenas 20 carros largavam em Mônaco). Assim como Senna, foi pouco a pouco conquistando posições no decorrer da prova, aproveitando-se dos abandonos de Michele Alboreto e Mansell, que vinham mais à frente, mas também realizando belas ultrapassagens.
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O alemão Stefan Bellof, a bordo do Tyrrell 012 |
Senna cruzou a linha chegada com o braço levantado, em aparente sinal de vitória. Enquanto isso, na cabine da Globo, Galvão Bueno e Reginaldo Leme gritavam a todo instante, em êxtase, atribuindo a Senna uma vitória que - é sempre bom lembrar - nunca lhe pertenceu. Pelo regulamento, em caso de bandeira vermelha, seriam válidas as posições dos carros na volta anterior. E Senna sabia disso, embora não concordasse com a decisão de Ickk. Mesmo assim, decidiu comemorar ainda dentro do carro, pois tinha uma noção clara do que havia acabado de fazer na pista, em benefício próprio e também de sua equipe.
Naquele dia, 3 de junho de 1984, Senna simplesmente mostrou a que veio, dando início a uma das mais belas e vitoriosas carreiras já vistas na Fórmula 1. A partir daí, resto é história. Bellof, infelizmente, morreria um ano depois em uma prova com carros protótipos, durante os 1000 km de Spa-Francorchamps, na Bélgica, após se envolver em um acidente com Jacky Ickx na temida curva Eau Rouge.
Parabéns Alexandre! Eu assisti essa corrida e seu post está com uma riqueza de detalhes tão impressionante que foi como se passasse um filme na minha frente :-))))
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