sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Eliseo Salazar chega aos 60!

O chileno Elizeo Salazar
O chileno Eliseo Salazar, que hoje comemora 60 anos de vida, é o único piloto de seu país a ter chegado à Fórmula 1. E lá se vão mais de 30 anos. Para os fãs brasileiros, este nativo de Santiago, nascido em 14 de novembro de 1954, é conhecido até hoje por uma única razão, indepentemente de qualquer resultado que tenha tido na categoria: ter levado uns sopapos de ninguém menos do que Nélson Piquet.

Após alguns anos disputando provas de rali e de Fórmula 4, no Chile e na Argentina, Salazar foi tentar a sorte na Europa em 1979, onde disputou a Fórmula 3 Britânica - graças a uma de Piquet - e, no ano seguinte, a Fórmula Aurora, onde foi vice-campeão.

A estreia na Fórmula 1 se deu em 1981, na March, com a qual só conseguiu disputar o GP de San Marino, que abandonou por problemas na pressão do óleo. Nesse mesmo ano, trocou de equipe, assinando com a Ensign, onde também não teve muita sorte, encerrando a temporada com apenas um ponto, obtido no GP da Holanda. Em 1982, já pela equipe alemã ATS, abandonou em quase todas as etapas, tendo como único bom resultado um quinto lugar em San Marino. Mas foi no GP da Alemanha, em Hockenheim, que tornou-se famoso e protagonizou a cena que marcaria para sempre sua carreira de piloto.

Salazar a bordo do Ensign N180B, no GP do Canadá, no circuito de Montréal
Nélson Piquet (Brabham) liderava a prova sem grande esforço, após ultrapassar Alain Prost (Renault) logo após a largada e René Arnoux (Renault) já na segunda volta. Tudo corria bem até a 18ª volta, quando encontrou Salazar pelo caminho, na 13ª posição e com uma volta a menos. Piquet ultrapassou o chileno sem problema algum, mas ao fazer a tomada para a Ostkurve, Salazar calculou mal o tempo de frenagem e atingiu levemente o pneu traseiro esquerdo da Brabham, levando os dois ao abandono.

Imediatamente, Piquet sai furioso do carro e vai em direção a Salazar, provavelmente gastando seu estoque de palavrões. Sem dar qualquer chance ao colega, o piloto brasileiro inicia um festival de socos e pontapés, resultando em uma das cenas mais cômicas da história da Fórmula 1.

Piquet e Salazar, durante a briga em 1982, e anos depois, tirando um sarro de toda a situação

"Quando vi que ele vinha mesmo para brigar, nem tirei o capacete. Não sou burro! Com outro piloto, talvez eu tivesse reagido, mas com o Piquet eu não tive coragem, pois sempre achei que devia em muito a ele o fato de estar na Fórmula 1", disse Salazar alguns anos depois.


Para se manter na categoria, Salazar tentou fechar um acordo para a então novata Toleman no ano seguinte. As conversas não deram resultado e acabou assinando com a RAM, pela qual já havia corrido na Fórmula Aurora. E os resultados, novamente, não saíram como o esperado. No Brasil, terminou na 15ª posição, e nos Estados Unidos, em Long Beach, abandonou com problemas no câmbio.

Nesse período, o Chile atravessava uma séria crise econômica, que acabou de vez com as chances de Salazar. Sem conseguir ajuda de novos patrocinadores, não restou outra saída senão dizer adeus à Fórmula 1, com um saldo de 23 Grandes Prêmios disputados, três pontos conquistados e 14 abandonos.

Nenhum comentário :

Postar um comentário