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Desde que o Linha de Chegada passou para o formato "entrevista", acho que em 2011, muitas vezes critiquei a escolha dos entrevistados. Por um lado, por serem nomes repetidos, me dando a impressão de panelinha; por outro, por apresentar, em várias ocasiões, nomes que considerava irrelevantes para o tema automobilismo, como atletas de outras modalidades esportivas ou atores globais. Enfim, curiosos ou leigos no assunto, mas que por algum motivo poderiam dar audiência.
Gostava mais do formato antigo, com um debate feito em estúdio, com a presença de convidados e Reginaldo Leme sempre no comando, como mediador. Ainda que isso significasse ter que ouvir as opiniões cheias de certezas de Lito Cavalcanti, era um modelo que funcionava bem. Perto do fim de semana, havia também uma versão do programa destinada ao que aconteceu no automobilismo no Brasil e no mundo, quase sempre com foco nos pilotos brasileiros, mas esse eu nunca curti. Não sei explicar o motivo.
O Linha de Chegada no formato antigo - um debate -, tendo Reginaldo Leme como mediador |
Algumas exceções foram muito bem-sucedidas no novo formato, dignas de elogios, como o excelente programa com Emerson Fittipaldi e o cantor Ronnie Von e a homenagem da produção feita a Reginaldo Leme em 2012, pelos seus 40 anos cobrindo a Fórmula 1. Ou então, os mais recentes, com Cléber Machado e Mariana Becker, sobre os bastidores da cobertura da Fórmula 1 contemporânea, e com o ex-piloto Wilsinho Fittipaldi e o ex-sócio da equipe Forti Corse, Carlo Gancia, exibido esta semana.
Reginaldo Leme, Carlo Gancia e Wilsinho Fittipaldi, no programa exibido em 9 de dezembro |
Apesar desses golaços, confesso que sempre ficava com a impressão de ver no atual Linha de Chegada uma espécie de Vídeo Show, um programa destinado apenas a quem é íntimo da casa e, naturalmente, do próprio Reginaldo. Enfim, um programa feito entre amigos, para os amigos mais chegados.
Com isso, dificilmente haveria a possibilidade de haver um debate mais contundente, nos moldes de uma mesa redonda de futebol, elogiando ou criticando, de forma isenta, a postura deste ou daquele piloto em determinada corrida, com os brasileiros incluídos nesse pacote. Pela linha editorial da Globo e do Sportv, e até pelo perfil do próprio Reginaldo, é claro que isso jamais iria acontecer. Nesse ponto, o Supermotor, do Bandsports, ganha disparado.
O cancelamento do Linha de Chegada, se realmente acontecer em 2015, será apenas o resultado de um cenário que só reforça a perda cada vez maior de interesse do telespectador pelo automobilismo e, consequentemente, daquilo que é a principal razão de existência de qualquer canal de TV: a audiência.
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