sábado, 1 de agosto de 2020

GP da Grã Bretanha - Fatos e curiosidades

Construído onde um dia foi uma base aérea usada durante a Segunda Guerra Mundial, para muitos fãs já não é novidade o fato de Silverstone ter sido palco do Grande Prêmio da Grã Bretanha, que em 13 de maio de 1950 deu origem ao Campeonato Mundial de Fórmula 1. Este GP é uma das duas únicas provas que até hoje fazem parte do calendário da categoria desde o primeiro ano, junto com o da Itália.

O GP da Grã Bretanha foi disputado 53 vezes em Silverstone, passando por Brands Hatch 12 vezes e cinco em Aintree. Ao longo dos últimos 70 anos, Silverstone sofreu nove alterações em seu traçado, ganhando chicanes e novas retas e curvas, sendo a mais recente, em 2011, a mudança do local da largada, da curva Woodcote para a reta após a curva Club, motivadas pelas diversas tentativas de reduzir a velocidade e aumentar a segurança dos pilotos. Com isso, a pista passou dos 4.649km de extensão em 1950 aos atuais 5.891km, sendo hoje a segundo a maior da atual temporada. Em apenas uma única volta, cada piloto tem de fazer 34 trocas de marcha, enquanto que dois terços do traçado são percorridos sob aceleração total, o popularmente chamado pé embaixo.

O começo de tudo


Giuseppe Farina vence o GP da Grã Bretanha em 1950
Em sua primeira edição, o GP da Grã Bretanha contou com a participação de 23 pilotos, sendo que apenas 11 receberam a bandeirada final. O pódio foi todo da equipe Alfa Romeo, tendo o italiano Giuseppe Farina como vencedor e detentor da pole position, com o compatriota Luigi Fagioli em segundo e o britânico Reg Parnell em terceiro. Farina também marcou a melhor volta da prova, com o tempo de 1:50.600. Na ocasião, equipes famosas fizeram sua estreia naquela corrida, como a própria Alfa, a Talbot e a Maserati, além de equipes privadas de alguns dos pilotos participantes.

Além da primeira edição, em 1950, diversos pilotos estrearam na Fórmula 1 pelo GP da Grã Bretanha. Entre eles, estão nomes bem conhecidos, como Jack Brabham, Mike Hailwood, Roger Williamson, John Watson, Patrick Tambay, Gilles Villeneuve, Stefan Johansson, Damon Hill e Daniel Ricciardo, além dos brasileiros Gino Bianco e Emerson Fittipaldi. Entre as equipes, BRM, Vanwall, Surtees e Renault são as mais conhecidas.

Meu último GP


A corrida britânica também foi palco de muitas despedidas. E a lista é bem longa, pois nada menos do que 32 pilotos tiveram na Inglaterra sua última participação na Fórmula 1: Brian Shawe-Taylor (1951), Joe Kelly (1951), Consalvo Sanesi (1951), David Murray (1952), Tony Crook (1953), Duncan Hamilton (1953), Eric Brandon (1954), Reg Parnell (1954), Peter Whitehead (1954), Onofre Marimón (1954), Peter Walker (1955), Tony Rolt (1955), Lance Macklin (1955), Ken McAlpine (1955), Leslie Marr (1955), Bob Gerard (1957), Les Leston (1957), Ivor Bueb (1959), David Piper (1960), John Campbell-Jones (1963), Ian Raby (1965), Trevor Taylor (1966), Bob Anderson (1967), Dan Gurney (1970), Andrea de Adamich (1973), Peter Gethin (1974), Bob Evans (1976), Patrick Depailler (1980), Jacques Laffite (1986), Marc Gené (2004), Patrick Friesacher (2005) e Christijan Albers (2007).

A primeira vez ninguém esquece



O argentino José Froilán-González
Foi na Inglaterra que muitos pilotos venceram pela primeira vez na Fórmula 1. Além de Farina, outros seis tiveram essa conquista: José Froilán-González (1951), e o mesmo ocorreu com Stirling Moss (1955), Tony Brooks (1957), Jo Siffert (1968), Peter Revson (1973) e Johnny Herbert (1995). Entre as equipes, além da Alfa Romeo, o GP britânico também marcou as primeiras vitórias da Ferrari (1951), da Vanwall (1957) e da Williams (1979). O mesmo pode-se dizer em relação às pole positions. Giuseppe Farina, obviamente, foi o primeiro. Depois dele, vieram González (1951), Moss (1955), Brabham (1959), Tom Pryce (1975), Alan Jones (1979), Keke Rosberg (1982) e Heikki Kövalainen (2008).

O GP da Grã Bretanha ficou conhecido também por momentos muito especiais, envolvendo pilotos que ultrapassaram a marca dos 100 GPs disputados. Nesse caso, foram três: Jack Brabham (1968), Jean-Pierre Jarier (1981) e Eddie Irvine (2000). Com a carreira na Fórmula 1 se tornando mais longeva ao longo das últimas décadas, outros foram além: Michele Alberto (150 GPs na edição de 1991), Riccardo Patrese e Felipe Massa, atingindo a marca de 200 GPs (1990 e 2014, respectivamente) e Fernando Alonso chegando a incríveis 300 GPs disputados na edição de 2018.

Outras curiosidades


Apenas 12 pilotos britânicos venceram em casa. O primeiro deles foi Stirling Moss, em 1955, repetindo o feito em 1957, em dupla com Tony Brooks (época em que o regulamento permitia que dois ou mais pilotos dividissem o mesmo carro durante uma prova). Depois dele vieram Peter Collins, Jim Clark, Jackie Stewart, James Hunt, John Watson, Nigel Mansell, Damon Hill, Johnny Herbert, David Coulthard e Lewis Hamilton. Dessa lista, infelizmente quatro já faleceram: Collins, Clark, Hunt e Moss.

Jenson Button: sem vitórias em casa
Um fato curioso é que nas 17 etapas que o inglês Jenson Button disputou em casa, diante de sua torcida, ele não apenas ficou devendo uma vitória como jamais subiu ao pódio, marcou pole ou fez a volta mais rápida. O melhor que conseguiu em solo britânico foi largar em segundo na edição de 2005, quando corria pela Honda. Fora isso, abandonou cinco vezes em seu próprio país.

Em apenas quatro ocasiões, o GP da Grã Bretanha teve os três lugares do pódio ocupados apenas por pilotos britânicos: em Silverstone, isso ocorreu em 1958 (Peter Collins, Mike Hawthorn e Roy Salvadori, nessa ordem), 1963 (Jim Clark, John Surtees e Graham Hill) e 1965 (Clark, Hill e Surtees). O mesmo aconteceu na etapa de 1964, em Brands Hatch (Clark, Hill e Surtees).

Dos que venceram o GP britânico, 17 deles o fizeram largando da pole: Giuseppe Farina (1950), José Froilán-González (1951), Alberto Ascari (1953), Stirling Moss (1955), Jack Brabham (1959, 1960 e 1966), Jim Clark (1962, 1963, 1964, 1965 e 1967), Jochen Rindt (1970), Niki Lauda (1976), James Hunt (1977), Nigel Mansell (1991 e 1992), Alain Prost (1993), Damon Hill (1994), Jacques Villeneuve (1997), Rubens Barrichello (2003), Fernando Alonso (2006), Sebastian Vettel (2009) e Lewis Hamilton (2015, 2016 e 2017).

Em 1992, Mansell, ao vencer pela segunda vez o GP da Grã Bretanha, tornou-se o piloto britânico com o maior número de vitórias na Fórmula 1, superando o recorde de 27 de Jackie Stewart, que já durava 19 anos até então.

Foi justamente no GP da Grã Bretanha de 1976 que a piloto Divina Galica tentou qualificar seu Surtees com o temido número 13. Para a felicidade dos supersticiosos (e azar de Galica), ela não conseguiu. O 13 só voltaria à Fórmula 1 em 2014, com o venezuelano Pastor Maldonado.

Na edição de 1985, o finlandês Keke Rosberg marcou a volta mais rápida da história da Fórmula 1, com uma velocidade média de 259.005 Km/h. Esse recorde só foi batido 17 anos depois pelo colombiano Juan-Pablo Montoya, em Monza, na Itália, ao atingir a média de 259.828 Km/h.

Sebastian Vettel é o piloto mais jovem a vencer o GP da Grã Bretanha. Na época, em 2009, correndo pela Red Bull, ele tinha apenas 22 anos, 11 meses e 18 dias.

O GP da Grã Bretanha foi palco da decisão de um campeonato uma única vez. Foi 1955, quando Juan Manuel Fangio conquistou seu terceiro título mundial.

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